Cosmos


"tudo o que já foi, tudo que é e tudo que será"
Carl Segan

terça-feira, 28 de junho de 2016

Livro O Pequeno Príncipe descobre o Mosteiro

Já pensou que o garoto louro no deserto que encontra um aviador numa situação difícil com seu avião quebrado pode ser um monge?
Parece curioso. Muitos não entendem bem a vida monástica podendo vincular esta a um estilo de vida muitas vezes caricato pela mídia a qual apresenta monges e outros religiosos longe do que realmente são.
Fizemos uma viagem na vida de duas importantes personalidades da história da cultura ocidental, São Bento e Antoine de Saint-Exupéry, e pudemos comentar “O Pequeno Príncipe” a partir da “Regra Beneditina” escrita por São Bento quase 1.500 anos antes. A partir da leitura e releitura das duas obras pudemos identificar aspectos e valores monásticos no best seller de Saint-Exupéry. Ele era um homem de grande inclinação espiritual o que se pode perceber em suas outras obras e cartas. Em alguns casos, escreve com clareza sua identificação com a vida dos monges. Esta para muitos parece ser excêntrica ou até mesmo alienada, fora da realidade.
A obra, escrita por um monge e uma oblata – leiga beneditina – foi maravilhosamente decorada com aquarelas do artista João Rossi. Estas, por sua vez têm inspiração beuronense, um estilo artístico que surgiu dentro de um mosteiro alemão, traduzindo o louvor dos monges por meio da arte. Assim, o pequeno príncipe se encontra vestido de monge e suas indagações e reflexões aparecem como que saindo de dentro de um mosteiro, com seus longos corredores e jardins floridos para nos dizer quão maravilhoso é viver na simplicidade.
Pretensiosamente, colocamos a Regra Beneditina junto num mesmo livro com O Pequeno Príncipe. Para alguns parecerá estranho. Mas como que dentro de um mosteiro, num deserto espiritual poderemos nos encontrar com um garoto louro que com suas indagações nos desconcerta e nos faz abrir nossos olhos para a maravilha da vida. Se lermos O Pequeno Príncipe com um olhar monástico pode ser que cheguemos mais longe. Não seria o principezinho um monge no deserto a proferir apoftegmas, palavras de sabedoria que podem abrir nossos corações para realidades superiores? Não colocou Saint-Exupéry a espiritualidade beneditina em O Pequeno Príncipe como uma saída para as mazelas de nosso tempo? Pode ter sido esta sua intenção. Pode ter sido esta sua consciência. Podemos falar de consciência como místicos, fazendo a experiência bem concreta de encontro com a verdade. Esta nos mostra tudo sobre nós mesmos e nos cura de tudo o que não somos nós. Neste sentido, O Pequeno Príncipe conseguiu o objetivo e o mérito.

Serviço:

O Pequeno Príncipe descobre o Mosteiro

Dom João Baptista Barbosa, OSB e Sandra Witkowski
Com aquarelas de João Rossi
Lançamento 19 de julho de 2016, às 20 horas no Mosteiro de São Bento de São Paulo

Dia 19 de julho
Às 20 horas
Mosteiro São Bento de São Paulo
Largo São Bento, S/nº, Centro
São Paulo, SP


Editora Cosmos
ISBN 978-85-68800-06-5
216 páginas
2016
R$ 65,00

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